O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado pela Justiça Federal. ( Foto: Divulgação )
RIO
DE JANEIRO - O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi condenado pela
Justiça Federal ao pagamento de indenização, por danos morais, no valor
de R$ 50 mil, por ofensas aos quilombolas, durante discurso em evento no
Rio. A condenação é da juíza Frana Elizabeth Mendes, datada de 25 de
setembro, e divulgada nesta terça-feira (3).
Em
sua decisão, a magistrada atendeu parcialmente o pleito do Ministério
Público Federal (MPF), que defendia condenação de R$ 300 mil ao
parlamentar, por ter dito frases racistas, misóginas e xenófobas contra
as comunidades quilombolas e a população negra em geral, durante
palestra no Clube Hebraica do Rio, dia 3 de abril deste ano.
No
processo, é citada o trecho que Bolsonaro teria dito na palestra. “Eu
fui num quilombola em Eldorado Paulista. Olha, o afrodescendente mais
leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada, eu acho que nem pra
procriador servem mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano gastos com eles.
Recebem cesta básica e mais material e implementos agrícolas”.
A
defesa argumentou, no processo, que o deputado não tem preconceito com
relação à raça, aos imigrantes, ao público LGBT, aos índios e mulheres.
“Em todas as opiniões colacionadas pelo demandante, como ofensivas aos
grupos em questão, ele notoriamente palestrou se utilizando de piadas e
bom humor, não podendo ser responsabilizado pelo tom jocoso de suas
palavras”, assinalou a defesa de Bolsonaro.
Porém,
a juíza disse entender que, mesmo gozando de imunidade parlamentar,
esta não poderia ser utilizada para expressar opiniões fora do exercício
do mandato, nem fora do Parlamento. Além disso, a magistrada afirmou
que política "não é brincadeira" e deve ser levada "de forma séria".
“Ao
alcançarem a tal almejada eleição ou nomeação, deveriam agir como
representantes de Poder, albergando os anseios gerais da coletividade e,
mesmo que suas escolhas pessoais recaiam em interpretações mais
restritivas ou específicas, jamais devem agir de modo ofensivo,
desrespeitoso ou, sequer, jocoso. Política não é piada, não é
brincadeira. Deve ser tratada e conduzida de forma séria e respeitosa”,
escreveu a magistrada, em sua decisão.
A assessoria de Bolsonaro foi procurada e disse que ele não iria se manifestar sobre a condenação.
fonte: Imirante.com
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